Marcelo na RTP (ver DN) diz:
... E mais a EDP é concessionária de um serviço público de interesse geral, não é qualquer pessoa que produz energia...
o que não é verdade, em Portugal a construção de mini-hidricas e de parques eólicos é já feito por qq pessoa, inclusive se o Governo deixasse, a construção de barragens tb poderia ser feito por qq empresa. A EDP é só o maior produtor de energia eléctrica em Portugal e até recentemente o único distribuidor. Com a liberalização europeia do mercado a distribuição poderá ser feita por qq um, daí que se quisermos e se as empresas estiverem interessadas poderemos começar, dentro de alguns anos, a comprar electricidade a empresas francesas (em vez de a EDP importar e depois revender, os consumidores podem fazer o contracto directamente com as empresas francesas). Sendo assim o que é estratégico? Temos de deixar de pensar que o produtor de electricidade como algo sacro-santo e pensar na rede eléctrica como as estradas. Estas, sim, são fundamentais, pois são elas que asseguram a distribuição de electricidade por todos, tal como as estradas distribuem mercadorias e pessoas. Se pensarmos desta forma e se considerarmos que a EDP é estratégica, então tb teremos de renacionalizar as rodoviárias e nacionalizar as empresa transportadoras (tal como a EDP elas usam caminhos para distribuir mercadorias) e temos de ir mais longe, assegurar o controlo de todas as empresas produtoras de bens (estas são como a EDP quando porduz uma mercadoria). Ver a necessidade de controlo da EDP por nacionais é uma visão pró-soviética ou antiquada em que se via este tipo de empresas como monópolios naturais, mas a tecnologia tudo alterou, agora todas as empresas europeias de electricidade poderão concorrer entre si e se calhar dentro de 20 anos vão sobreviver três ou quatro grandes empresas europeias, a questão é saber de que grupo a EDP vai fazer parte.
Esta visão antiquada tb se vê no discurso de MRD qd diz ...é pena que não sejam os poucos portugueses que percebem de petróleo, como a Gulbenkian e Patrick Monteiro de Barros..., não vivemos num regimo comunista ou fascista corporativo, em que se tÊm de ser estes que controlam a GALP. Aliás se eles o quisessem fazer teriam-no feito, não cabe ao governo dizer: Tu percebes de batatas e vais plantar batatas para as berlengas porque eu quero. Se o governo quer plantar batatas nas berlengas abre um concurso e vê quem está interessado.
Mas há há outra questão, as dos centros de decisão. Estes centros são empregadores de pesoas qualificadas e não é por serem portugueses que vão fazer as vontades aos governos (a menos que haja contrapartidas, mas aí qq emresa o fará), eles vão-se reger por principios económicos e fazer as escolhas que derem mais lucros, q não são necessariamente as melhores para o país como um todo (é aqui que entram as agèncias de regulamentação, mas estas tanto reguulamentam a ctividade de empresas portuguesas como de empresas estrangeiras a operar em Portugal), portanto será indiferente se o centro está em Portugal ou em Berlim. Mas e os empregos? Bem, vamos ter de nos habituar que num mercado europeu o mercado de trabalho será europeu. Já hoje muitos licenciados trabalham em Madrid, Barcelona ou Paris. Mudam frequentemente de emprego e de cidade, e é esse o futuro e não o emprego à porta de casa.
Finalmente, podem perguntar, se a GALP, EDP e outras são controladas por estrangeiros o que resta a Portugal? Restará porduzir e inovar em todos os bens, exportar e não nos importarmos se os bens produzidos em Portugal e vendidos em Portugal são ou não de empresas controladas por capitais portugueses ou estrangeiros até porque os capitais hoje não têm nacionalidade, portugueses ou não, os cpaitais se for mais rentável deslocalizam para fora do país.
Se nos preocuparmos mais com o que inovamos do que quem é dono de quê
poderia ser que fossemos mais ricos, a Irlanda é-o e não se importa de a maioria das empresas serem norte-americanas.
terça-feira, janeiro 10, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário