Ño margens de erro a interpretação das recentes evoluções das sondagens é esta:
«...Os eleitores, mesmo os do PS, estão maioritariamente persuadidos quer da sua vitória quer do facto de essa vitória não ter consequências de maior para a governação. Logo, estas eleições já não são sobre quem vai ganhar. E assim, Soares, o único visto como podendo derrotar Cavaco, perde o gás definitivamente na abertura do ano de 2006, no rescaldo dos debates e dos ataques à comunicação social. Os incentivos para o voto útil à esquerda desapareceram: Louçã, Jerónimo e até Alegre (cujas debilidades foram expostas ao longo da campanha e o tinham levado à descida), ficam com os despojos desta batalha perdida, e parecem crescer na recta final...»
Fica por explicar a descida de Cavaco. Parte desta é devido aos indecisos serem maiorotariamente entre Soares e Alegre e a atribuição proporcional destes darem a cavaco cerca de metade. Com a descida dos indecisos e a divisão destes entre Soares e Alegre, Cavaco desceria, mas então como explicar a recente descida de votos em Cavaco antes da divisão dos indecisos (no tracking poll da marktest já desce de 48% para 44%)? A explicação pode ser basicamente esta: muitas pessoas do centro não gostam de Soares e à medida que este crescia, Alegre não era uma solução eficaz anti-Soares logo inclinavam-se para Cavaco por forma a derrotá-lo logo à primeira volta, era a forma de o humilhar. Mas estas pessoas não gostam de Cavaco, o seu voto era anti-Soares. Com a descida de Soares e Cavaco num patamar elevado, estas pessoas para humilhar mais Soares até poderão votar Alegre por forma a que este ultrapasse Soares, isso coloca um perigo para a eleição de Cavaco na primeira volta, logo veremos se assim é.
Claro que isto colocará a Alegre um problema numa eventual segunda volta, já que estes eleitores anti-Soares poderão aí retornar a Cavaco e dar-lhe a vitória.
sábado, janeiro 14, 2006
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