domingo, janeiro 22, 2006

Não posso de deixar de disparar sobre...

... o margens de erro.
Não que os conteúdos não sejam bons ou interessantes, mas pela necessidade constante de se afirmar perante ouros blogs, neste caso veja-se isto aqui e aqui.

Doc Log coloca muitas dúvidas relativamente às sondagens, sobretudo quanto aos dados em bruto serem significativamente diferente entre amostras, insurge-se contra os jornais darem parangonas aos dados redistribuidos e não a estes (aliás veja-se isto aqui).

Margens de erro insurge-se sobretudo com o mail de Doc-Log, e eu não percebi porquê?
Sei que gosta de ser considerado uma referência nos blogs e terá medo de que alguém tome o seu lugar, mas desde logo quando diz:
...percentagens de "indecisos" e "abstencionistas" são altamente sensíveis a variações nos formatos dos questionários e em metodologias de inquirição, o que significa que nem eles são directamente comparáveis entre si nem os restantes resultados brutos, por arrastamento, o são....
está certo e errado, mas mais errado de que certo. Porquê? Porque a sensibilidade dos indecisos e abstencionistas é devido à má formatação dos questionários que podem induzir as respostas, aliás se os questionários forem idênticos estas percentagens devem ser idênticas em amostras repetidas e convergir para o verdadeiro número quando o número de inquiridos aumenta (lei dos grandes números).
Se ele acha que a sensibilidadeé natural é porque não se corrige os dados devido a problemas de endogeneidade e self-selection na amostra , aquilo que muitos microeconometristas se fazem devido a questionários mal formatados, e às vezes a formatação é tão má que os dados são intratáveis.
Exemplos, problema de self-selection: nos telfonemas só uma pessoa no agregado responde, ora em muitos destes agregados é o filho/filha que responde ao telfone (tem idade entre 16-18 anos), os jovens são tendencialmente de esquerda, logo pede-se para chamar um dos papás (ele/a escolhe a mão ou o pai que tenha uma tendência de voto parecida com a dela). Mesmo num método por quotas, o filho/a pode sempre dizer, não está quando pedem especificamente pelo pai ou mão, e ele sabe que vai responder contra a sua tendència.
Como é que lidam com isto? Qual o método - nota, não há segredos professionais quando se utilizam técnicas publicadas, os institutos devem dizer qual a método para corrigir os problemas de self selction.

Mas dando um tiro no escuro: se o autor é este, tem muito mérito pelos seus trabalhos de sociologia, mas deixe que lhe diga, deixe de pregar em mundos alheios (na matemática e estatística) ao insurgir-se contra quem se insurge legitimamente com o resultado das amostras, até pq os problemas de endogeneidade e self selction são testáveis.

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