terça-feira, março 28, 2006

As colunas do DN de hoje (ou falta de neurónios à segunda-feira)...

Bem sei que hoje é terça-feira, mas aquelas colunas são escritas na segunda, ou pelo menos terminadas na segunda-feira. Neste dia, devido à pausa do fim-de-semana os nossos neurónios são menos reactivos e demoram mais tempo a arrancar, mas tal não justifica o conjunto de asneiras ditas.

Helena Garrido num arigo de opinião sobre a simplificação da administração pública, em vez de falar das benesses que trará para Portugal acaba com a preocupação "o Governo não pode ignorar ou esquecer os efeitos colaterais do Simplex. Porque no curto prazo pode destruir mais do que criar emprego.".
Claro que fala das vantagens futuras, do melhor que será o futuro, mas acaba com este grito de alerta: coitadinhos dos que vivem da burocracia, olhem que vão para o desemprego... ...na verdade a burocracia a atrasar os processos de arranque de novas empresas destroem emprego numa escala maior do que cria, logo o simples processo de simplificação trará um aumento de emprego e de empregos que de facto criam riqueza, e esse aumento será quase imediato. Não temos de nos preocupar com os que vivem da burocracia, estes terão de se adaptar e procurar um novo emprego, ou será que esta senhora quer que o governo desvie fundos para a reconversão destas pessoas? Criando um novo sistema de burocracia que substitua o anterior. Em

A seguir continuamos com José Medeiros Ferreira que acaba com esta pérola:
"Mas os erros mais caros são aqueles que os economistas cometem ao avaliarem a taxa de inflação, a previsão das receitas da Segurança Social, a percentagem do défice orçamental"
Em primeiro lugar este senhor não sabe o que é uma previsão. Esta não é o valor que os jornais trazem na primeira página, de facto a previsão é constituída por valores e probabilidades, logo quando os valores anunciados estão errados de facto muitas vezes a previsão está certa. Nesses casos a previsão tem um intervalo de valores possíveis grande e saber ler a previsão como um todo: valor central e probabilidade, poderá fazer com que se perceba o quadro sobre o qual se navega. (Mais ainda, fazer acusações destas sem nomes é querer afundar toda a ciência económica, porque será?).

Finalmente José Manuel Barroso que é contra a regionalização diz:
"... o argumento de que o País é demasiado pequeno para ser dividido em autarquias político-administrativas intermédias entre o poder central e os municípios, autarquias de custos elevados e sem muita coerência histórico-cultural, terá sido considerado, pelos eleitores, como simples questão de bom-senso..." e continua:
"...De resto, Portugal não tem uma tradição de regiões..."
e diz que viveu: "...a viver em África, na Madeira e no Porto,..." (deve pensar que é o estrangeiro). E acaba por dizer que a desconcentração nas CCR é bom senso.
Perguntas ao iluminado:
A Dinamarca, Irlanda, Holanda e Grécia são países enormes não? E estão
regionalizados....
A tradição de feudalismo da Idade Média era para continuar para todo o sempre, porque era essa a nossa tradição?....
A desconcertação e descentralização de poderes nas CCR é bom porquê? Porque os cargos são distribuidos pelo governo central fazendo com que não sejam órgãos democráticos que respondam perante as pessoas da região, mas ao poder central, fazendo as vontades deste?.

Enfim, ...uma preocupa-se com o desemprego de profissões que existem devido à burocracia e deve querer que o estado transfira fundos para este.
Outro não sabe ler previsões e ataca a economia e suas previsões.
O terceiro que viveu nesses sítios estrangeiros e desenvolvidos como sejam África, Madeira e Porto acha que a regionalização serve para todos os países europeus e não para Portugal. Se calhar tem razão, com estes artigos de opinião mais parecemos um país Africano preocupado em manter as elites gordas e anafadas à custa do OE.

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