A popularidade do PS deve-se apenas a uma e só uma coisa: estar a atacar as classes sociais ditas privilegiadas.
A parte da população que nem o 12º ano tem (cerca de 80%) gosta de ver médicos, juristas, professores, executivos, farmacêuticos, etc. a serem atacados. Essa população que por uma razão ou outra desitiram da escola ( não me venham dizer que era por não terem oportunidades, pois tive na faculdade muitos colegas cujas famílias eram bem pobres e passaram muitos sacrifícios) tem um ódio a quem se sacrificou para obter mais qualificações - basta ver o tratamento dual dado aos médicos, de senhor doutor pela frente a filho da p+++ que vai a congressos pagos por nós por de trás.
Veja-se o recente exemplo da dar aos pais a avaliação de professores, claro que muitos em Coimbra, Lisboa e Porto, assim como noutros centros urbanos têm qualificação para tal, mas nas vilas, nas aldeias, no Portugal dos 80% que qualificação tem um pai com o 9º ano (e seria bom que o tivesse) para avaliar os professores???
A reforma da seg. social foi vendida tb ela como um ataque a quem ganha mais (como se essas pessoas fossem culpadas de terem o mérito e a capacidade de tal), logo muito popular, até porque a classe de fracos rendimentos após a reforma continua muitas vezes a trabalhar logo a reforma da seg. social quase não os afecta.
E é isto que o PS está a fazer com consequências graves para o futuro do país. Atacando quem ao longo da vida se esforça para obter qualificações dá o sinal de que estas de pouco valem, pois serão esses que pagarão a crise dos outros.
Não se admirem, pois, se o abandono escolar daqui a cinco anos aumentar, se o nível médio das qualificações descer.
Claro que para o PSD é qq outro é difícil dizer alto e bem som que os culpados da crise são os que não estudaram, não só representam 80% dos votos como são os mais pobres, mas de facto os culpados da crise portuguesa são todos aqueles entre os 16 e os 35 anos (tinham 15 em 1986) que não estudaram, preferiram abandonar a escola, seriam esses os que tb deviam ser penalizados, pois quem usou o sistema educativo sem tirar nenhuma qualificação desperdiçando os recursos do estado deveria ser sujeito a uma penalidade (mais 2% no IRS por exemplo). Mas como fazer esta oposição a um PS que tb ele odeia quem tem qualificações???
Veja-se Sócrates com um bacharel num politécnico e curso numa privada, quase por obrigação familiar e partidária, agora Seguro (nº 2???) tb ele licenciado por obrigação partidária. Estes são aqueles que tiram o curso para ter o eng. ou dr. atrás do nome mas dizem que nada aprenderam na escola, logo não é de admirar que o discurso passe bem.
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4 comentários:
Então o senhor tambem é daqueles que julga que o ensino privado é de baixa qualidade?
O ensino privado nem sempre é de má qualidade. Veja-se o exemplo da Universidade Católica(Lx e Porto). Contudo, salvo este exemplo, as avaliações aos cursos das diversas universidades mostraram claramente que os cursos ministrados em universidades privadas eram de qualidade inferior.
E a bem ver as coisas é fácil de explicar:
1 - Pelo lado do aluno entre uma com propinas relativamente baixas e outra com propinas altas a escolha será sempre a mais barata, logo os melhores alunos, invariavelmente estarão nas universidades públicas caso as privadas não ofereçam outras vantagens. E que vantagens poderão ser essas: um corpo docente melhor qualificado e melhores saídas profissionais, invariavelmente relacioados.
2 - Quanto ao corpo docente as universidades privadas, até recentemente não só pagavam pior como não asseguravam nem incentivavam a progressão numa carreira científica. Em muitas delas os nomes sonantes da política (tipo Durão) não leccionavam muitas aulas sendo substítuidos por assistentes. Estes sendo pior pagos do que os colegas na pública não eram os melhores (sendo melhor vou para um emprego que paga mais). Logo a qualidade ressentia-se.
Assim não é de estranhar que nas privadas os cursos sejam de qualidade inferior, mas não vá por mim. Pergunte nas grandes consultoras interncionais (que empregam economistas, engenheiros, advogados, farmacêuticos, ...), onde é que recrutam recém-licenciados e verá que para além dos alunos da católica, os de outras privadas são uma raridade. Não sou eu que o digo, é o mercado...
el s.
Vim aqui parar um pouco ao acaso, o facto de estar linkado ao blog do caro Gonçalo Capitão suscitou-me a curiosidade.
A sua opinião seria válida á uns 10anos atrás, hoje em dia já não são muitas as universidades privadas que partilham dessa sua "realidade".
Dos exemplos de que sou mais conhecedor, lecciono na Universidade Lusófona e na Faculdade de Direito de Coimbra, a excelência da licenciatura da primeira nada fica a dever á de outras universidades públicas.
Mas se a opinião seria válida à dez anos atrás como é que as recentes avaliações de universidades colocaram, invariavelmente, as univ. privadas atrás das públicas...
el s.
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