quinta-feira, fevereiro 23, 2006

O DN devia olhar para a não qualidade dos seus colaboradores...

... este aqui, não sabe do que fala, nem lê o que vem (não em revistas da especialidade) mas ao menos o FT e o The Economist.

Não sabe do que fala:
1 - «...A teoria do crescimento económico sugere que as economias mais desenvolvidas estão limitadas por uma espécie de tecto de crescimento, nunca muito elevado.»

É verdade nos modelos de crescimento neo-clássico originais, modelo de Solow e Ramsey (quantas décadas têm estes)... ...não é verdade noutros modelos como no learnig by doing.
Os modelos têm de ter um ponto de estabilidade, os iniciais tinham-no no nível de desenvolvimento, os actuais têm-no na taxa de crescimento.
Mas é ainda menos verdade nas teorias de crescimento endógeno, onde o crescimento não é sómente pela acumulação de capital (físico e humano), mas tb pelo níve de R&D. Estas dizem que quem mais investe em R&D crescem mais, e os EUA são dos que mais investem em R&D.

2 - a impossibilidade de manter os chamados défices gémeos (o externo e o orçamental), a ausência de poupança na sociedade americana, a incapacidade dos salários para acompanharem o crescimento geral da economia. Acontece que nada disto é exactamente verdadeiro. Ninguém ainda provou qualquer relação entre os dois défices

Existe uma longa literatura recente (muita ainda em working paper) que mostra quando e porquê eles estão relacionados, mas ele não sabe... ...e a América é um desses casos (mas no tempo dos modelos de Solow e Ramsey não se sabia é verdade...)

nem lê o que vem (não em revistas da especialidade) mas ao menos do FT e o The Economist:

O FT tinha um artigo aqui à uns meses em que mostrava o cresimento per capita na década de 90 para todos os países da OCDE e relacionava com o nível da despesa pública. Mas a surpresa é que a Europa e os EUA per capita cresciam igualmente 2% (site não dísponivel).

O Economist (posr abaixo) mostra que o crescimento dos EUA de 99 a 04 era de 2.7% anuais e o da Euroland de 2%, que essa é exactamente a diferença do crescimento populacional, logo em per capita estamos iguais (e ainda há argumentos que melhoram o quadro para a Europa - aqui).

Temos de pensar que:
1 - Os EUA são mais optimistas nos dados divulgados in time do que a Europa, as correcções que os próprios institutos de estatística fazem são usualmente em decréscimo nos EUA e em subida na Europa.
2 - Que a população dos EUA cresce a um ritmo de 1%ano e o da américa cresce a um ritmo de 0.3% ano. Logo os EUA, «naturalmente», devem apresentar um crescimento superior em 0.7%.
3 - Que a Europa subvaloriza o crescimento do PIB e a América sobrevaloriza.


Finalmente, quando se complementa o quadro do PIB com lazer e desigualdade os USA estão ao nível da Europa (enquanto o trablahador europeu trabalha 40hsemana na América trabalha-se 70/h semana, na Europa temos 22 dias de férias, nos USA a média é 7-14dias).
Quanto a desigualdade nem vou falar.

O que ele documento, como sociólogo, são os casos daqueles pais que ficaram na parte de cima da escala social, que trabalham ambos 70h/semana, que não têm tempo para os filhos e compram tudo o que lhes pedem ($ em vez de love). Era sobre ISTO que devia falar e não complementar com o que NÃO SABE, NÃO LÊ.

PS: Em Portugal , além dos bom de 'boca'. há os que sendo bons nUMA MATÉRIA, são elevados a SABEDORES DE TUDO de saber a martelo. Nos EUA, que pelos vistos, tanto preza, que é bom é-o nUMA MATÉRIA, é um especialitsta, e nem se gosta, nem se aprecia os SABEDORES DE TUDO a martelo.

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